A ilustração fez parte do projeto "Somos Todos Iguais", realizado no dia 20 de novembro, dia nacional da Consciência Negra.
“Entre navios, correntes e troncos me desenvolvi. Entre lutas, esperança e quilombos sobrevivi. Hoje eu sou cantado nas rodas de samba, no som do berimbau, no batuque, na ginga e você já me ouviu. Eu sou forte, sou história, sou CAPOEIRA, sou BRASIL!”
Contexto da Arte:
"Quis retratar uma cultura pouco observada em sua ampla história e diversidade: a capoeira. O destaque fica no centro, que é o contemporâneo, a capoeira que é dança, é luta, é esporte e é arte nos dias de hoje. Com o carvão para desenho, um elemento simples, antigo, rústico e pouco utilizado até pelos artistas, tentei demonstrar a raiz dessa arte que vai muito além de um espetáculo e apresentação. A capoeira é enraizada no Brasil e em cada brasileiro. Tal arte é fruto de nossa história, tal ginga é o coração do Brasil. No centro, em destaque está contemporâneo. Todavia ao redor, mais escuro, obscuro e meio que secreto está a sua história que é cantada, apresentada e trazida até nós no som do berimbau, do pandeiro, do atabaque, do samba de roda e na voz de quem canta. História marcada no ritmo da palma da mão de quem assiste, na atenção de quem espera para entrar roda, na ginga de cada capoeirista e no axé da saudação. Na parte inferior, está o início de tudo, o começo da linha do tempo: Os navios. Navios que retratam uma era de sofrimento, de escravidão, de morte e de sobrevivência também. Navios que trouxeram de longe uma cor, raça, cultura e tradição que hoje vive em cada brasileiro. Navios que traziam intenções árduas de trabalho escravo e suor de outros povos, que vendiam os negros para os senhores de engenho, mas que trouxeram de graça e sem nenhuma intenção, uma arte que sobrevive sem dificuldade e que hoje não sofre nem com os porões dos navios e nem com a violência dos seus senhores. Mais acima, as mãos acorrentadas representam a luta pela liberdade, a luta por viver e ser livre, por ter voz e vez. As correntes que já não prendem nenhum negro na senzala e que não dá a nenhum senhor o direito de levar ao tronco outra nação. Nós somos hoje consequência, uma feliz consequência dessa nação que se libertou. E na parte superior, os rostos sérios de nossos ancestrais pedem respeito, pedem seu espaço. A sua história precisa ser contada, pois é a nossa história! A nossa história que sofreu no tronco, as nossas raízes que fugiram das senzalas e buscaram refúgio nas senzalas. Todo brasileiro tem sua história contada nos navios, nos quilombos, na luta e na liberdade. Todo brasileiro tem sua história CANTADA ao som do berimbau nas rodas de samba e na ginga do “capoeira”. A capoeira é do Brasil, mas antes disso, o Brasil é a capoeira! Axé!"
"Sou CAPOEIRA, sou BRASIL!"
Carvão em Folha A3. Autor: Giovani José Marques.
O trabalho realizado em respeito e divulgação da Cultura Afro, sempre foi de grande importância para nossa Comunidade.
ResponderExcluirEm atendimento a Lei. 10630/2003, fui representar a Diretoria de Ensino de Adamantina em São Paulo, em projeto escolhido entre todas escolas.
Creio que foi 2006, dois dias em São Paulo na CENP e no Memorial da América Latina.
Trabalho que foi realizado com muito empenho pela Comunidade Escolar e Local.